Não sabia como fazer, só sabia que teria que arriscar tudo. O quê as pessoas pensariam de mim? Eu parecia outra pessoa me julgando:
- Que rapaz estranho, se apaixonar sem mesmo conversar com a menina...
- Quem é aquele cara que tentou paquerar a Júlia? Que bobão.
- Seriam um casal estranho.
- Ela nunca aceitaria o convite de namoro desse estranho. (...)
Tomar atitude foi fácil, o difícil foi superar a decepção. No final da aula fiquei determinado a dizer a Júlia o que sentia e que nós poderíamos nos dar bem. Me choquei quando vi e ouvi uma cena que parecia ser de novela:
- Vamos Júlia! O rapaz a beijou. Aqueles que pareciam ser os lábios mais doces dentre os mais doces do Universo. Ela pegou em sua mão e rapidamente olhou para trás. Nossos olhos se encontraram novamente. Os dela estavam felizes e lindos como sempre, os meus cabisbaixos e tristes. Ela ajeitou o violão em suas costas e seguiu com o rapaz. Talvez ele fosse o galã da novela de amor que Júlia precisava, mas nunca como eu poderia ser. Sim, seria prepotência minha achar ser melhor que um rapaz que eu conhecia ao alto. Não me bastava querer, eu tinha que conseguir o encanto desse amor.
Eu sentia que poderíamos dar certo, tinha o sentimento da certeza do amor. Mas como se fosse outra pessoa narrando um conto, dei fim a história. Assim aquele jovem romântico fraco, desligou a televisão da novela de amor de Júlia. A imagem dos dois desapareceu, apesar de ser diariamente vista. Fraco, foi dormir.
Quarta-feira, 27 de maio de 2009. Rodrigues, Kabe.