segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Uma Carta Para Meus Amigos da Escola...


"Esse ano as coisas aconteceram de forma diferente para mim. Talvez tenha sido um ano incrivel, onde eu aprendi muitas e muitas coisas. Acho que vocês também, ou não. Eu queria compartilhar um tempo mais essas coisas com vocês, sei lá. Não me perguntem o por quê, mas foi um ano bom e agravavél. uma porção de coisas. De tantos aprendizados, aprendi três coisas importantes. Então resolvi coloca-las no papel e ler para vocês.

A primeira coisa que aprendi foi que a escola é como uma floresta, uma selva. Porém, diferente do que muitos pensam, a lei da selva não é matar para sobreviver, e sim levar e pegar o que se precisa para se manter vivo. A gente pode contar varias historias para tentar agradar todos, a gente pode fingir que não está aqui - talvez por tímidez ou outras coisas - a gente pode vestir a roupa que for, fazer o que for, mas as pessoas só vão acreditar se for verdadeiro. De sentimento e coração. Não importa se a verdade seja chata ou estranha. Só a verdade vale. E isso é bem difícil.

A segunda é que todos somos diferentes, não melhores que os outros. Tem aquelas que parecem não se importar com as coisas, só se for a própria aparência, mas se você as conhece melhor vê que elas são legais. Não só menininhas. São quase mulheres, né? Independente do tamanho. Só precisariam levar as coisas um pouco mais a sério. Mas quem sou eu para julgar esses brotinhos delicias.
Tem os Anônimos, aqueles que se sentam nos mesmos lugares, que ninguém mexe. Pessoas simples e encantadoras. Talvez com um volume de voz muito baixo, mas todo mundo é diferente. Só colocar óculos que melhora.
Tem o pessoal da zorra, sem muitos comentários ou qualquer quote engraçado. Nem sempre são idiotas o quanto a gente imagina. Dá até para encontrar um grande amigo entre eles. E por fim tem aqueles que a gente gosta - me desculpem o uso da palavra - mas foda-se. A gente gosta deles. Estranhos, altos, baixos, loucas, loucos e sei lá mais o que.

Agora a terceira, mas não menos importante, coisa que aprendi com vocês. Por tudo e por todos, pelas circunstâncias e ações. Nós só temos dezessete anos. Não precisamos ser tão sérios, ou tão bobos. As coisas vão acontecer. Nós vamos fazer as coisas acontecerem. Não porque a professora de historia disse que nós temos ou porque está no nosso destino. Nós vamos fazer fazer isso por nós. Nós podemos fingir que não vemos as coisas, que brigar com um amigo por uma coisa que nós nem sabemos como aconteceu. A gente pode tomar atitudes precipitadas por achar que as pessoas são de um jeito, mas elas não são. Nós só temos dezessete anos. Tem muita coisa por aí, nesse estradão. Mas nós só vamos levar as coisas boas. Eu quero levar esses amigos. Para sempre.
É disso que eu queria falar com vocês. Eu tive que colocar no papel.

Esse foi um ano incrível, o que ano que vem também vai ser. Mas por enquanto, são essas coisas boas que eu quero vocês sintam. E que tudo seja bem melhor.


Com muita gratidão, Kabe Rodrigues H.F.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Casa é Coração.



Não existe casa amarela.
Casinha, nem casarão. Não existe.
Pode andar na estrada, pode ir longe.

Pode ficar parado, mas tem que bater.
Não existe roda que leva. Nem avião que rode.
Casinha está aqui.

Não dá para mudar de casa.
Não tem como aumentar.
É pequeno, mas cabe todo mundo e de tudo um pouco.
Casa é Coração.

sábado, 14 de novembro de 2009

Não ia dar certo...

-
Ele costumava ir embora quando o assunto batia de cara com ele. Parece marcado por alguma tipo de relógio magnético, mas claro que só funcionaria se tivesse comido dois quilos de parafusos. Tarde demais para fazer ele vomitar todo o metal, tive que pensar rápido para não deixar ele escorrer pelos meus dedos. Nunca gostei tanto de areia.
-Onde você pensa que vai? Disse eu com uma voz firme.
-Para casa.
-Mas você acabou de chegar!
-Então se cheguei já posso ir.
-Lógico que não. As coisas não são assim.
-Como são, então?

Não sei porque, mas sabia que ele iria perguntar isso. É o que eu chamo de quebrar a banca. Quando alguém não tem explicação para algo e mesmo assim usa isso para te convencer basta perguntar do que se trata. Minha Avó me ensinou isso em algum tempo da minha vida. Ela dizia que com paus e pedras seria impossível construir uma canoa.

-Você não quer um café?
-Eu não tomo café. Ele revirava os olhos olhando para o relógio. Parecia que estava esperando um cuckoo saltar para fora e gritar: "É HORA DE IR!". Eu não me surpreenderia se isso acontecesse, já tinha oferecido café.
-Ah, mas eu não tenho café mesmo.
-Então eu fico. Ele abriu um sorriso tímido. Esperançoso, quase.
-Uh... então. Fiquei sabendo que as coisas estão prestes a mudar. Deu no noticiário sobre o verde e o azul. Algo importante para a consciência mundial, não lembro. No contexto atual as coisas ficam mais legais, prazerosas, com toda essa...
-Preciso ir embora. Foi um prazer conversar com você hoje.
-Ahn..? Antes que eu pensasse em alguma coisa que prendesse sua atenção, ele olhou pela janela e disse:
-É um belo dia!

Andou até a porta, girou a maçaneta muito lentamente. Abriu a posta e uma leve brisa balançou seus cabelos. Disse até logo e sumiu em seguida. Como podia ter um amigo desses? Mal conversava e talvez nem respirasse. Ok, ele respirava. Não sabia explicar onde consegui um amigo desses e nem quando aconteceu. Eu só sabia que:
-Não ia dar certo.
LEIA O LIXO, RECICLE AS IDEIAS.