Caminhos pelo dia
Mãos, inúteis em confortar
Em metal repousa minha alma
Não as histórias, não aos contos, amaldiçoados poemas apenas
Da distância em que percorri à punição, não meus braços, não meus braços
Águas frias percorridas, lembranças do horizonte que nunca observei, agora transformadas em tinta
Manchas amarelas que revogam suas memórias em vermelho exaltando as mãos que antes não confortavam
E as paredes, e as paredes! Proclamem seu trono, seus gritos de direito, proclamem o passado!
"Tu mereces, tu mereces, repetirás... Preso em teu rosto ficaremos e todos, a ti, notaram! Repetirás!"
O inevitável do belo, do raciocínio ao estado de paranoia, o contínuo das correntes pesadas
Um dia o balanço irá ter seu fim, o movimento dos ventos pausará e uma decisão será feita
Eu digo mas minhas palavras não serão escutadas, apenas devo seguir e obedecer
Não poderei vencer o justo, mereço, eu devo, obedeço, continuo, sobrevivo
Sem as mãos, sem o sangue, sem o troféu, sem a lembrança capturada em gaiolas de ouro
A última assinatura do ambíguo que escreve que mereço, mereço a peste do pensamento e o vidro que reflete
Todos poderão dizer que um dia superaram o terremoto e ao fraco sobrará os contrários positivos
Então diga, por favor repita, porque a água fria está a correr, diga...
"Tu mereces, em teu quarto, em teu espaço selvagem, repetirás... Tu és sábio... Então repetirás!"
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