sábado, 1 de dezembro de 2012

Ela, sozinha.

Eu a encontrei, lá de longe do portão
Jogada no chão, entre a fumaça e a dor, entre os cães e os demônios
Pela janela eu a vi, de longe lá de onde
A casa estava em chamas, assim como minha cabeça
E assim como minha cabeça não tinha fogo, não mais
Só fumaça

Irritado, desesperado, sem vinho e prazer, seu choro me fez perder
A roupa velha, ela, velha, no chão, lá do portão, chorando, pela janela, entre a fumaça
Expulsei com ódio os penetras porque ninguém havia sido convidado
Ele saiu, ela me disse, ele saiu ela gritou

E foi assim que eu a encontrei, e ainda bem que ele não estava aqui
Jogada no chão, chorando, sem ele e agora comigo, eu odioso ela diria
Bêbada, mas da cabeça-sem-cabeça, de tristeza, foi bem assim que eu a encontrei do onde
Da janela, longe, entre o chão, chorando com os cães, sozinha

Eu agora aqui,
Ela, sozinha.

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